sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CASEMIRO DE ABREU


 

MEUS OITO ANOS


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
…………………………..
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Simples oração


Senhor, ilumine  minha estrada
Firmando os meus pés em cada curva
No caminho da fé eu quero andar
 Nas ruas de ouro que é meu lugar

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Raposa

Por que Jesus me encanta?
Que outro Deus chamaria Herodes de raposa?

Ser ou não ser


Acredito na madrugada
No silêncio da rua
No trabalhador que
Fez o sinal da cruz
Isso  me seduz
Óh, cidade violenta
Ninguém mais aguenta !
olhar do g.ortega pela Europa... que não é de minha janela rsrs

Não acredito em  perfil
Nada me diz, é interpretativo?
É apelativo, morto vivo
Acredito no vento da minha janela
Na oração que eu fiz
E fui atendida, isso que é vida

Verônica Ortega

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Azulzinho ...

Azulzinho
Mansinho


Sergio Vaz e Verônica Ortega

Os Miseráveis
Vítor nasceu
no Jardim das Margaridas.
 Filha do rei

 Quero mudar o futuro
 Quero fazer um juramento
Na força desse momento
Jurando  pela graça ... 
Que  poesia e  bíblia 
Estarão em toda praça
A palavra no coração 
E a caneta no papel
No banquinho,  absolvido réu
Mostrando que é possível 
Do inferno fazer um céu
Que crente é coisa do passado
Sou brasileira de fé
Vivendo a vida como ela é



verônica ortega
Erva daninha, 
nunca teve primavera.
Cresceu sem pai, sem mãe,
sem norte, sem seta.
Pés no chão,
nunca teve bicicleta.
Já Hugo, não nasceu, estreou.
Pele branquinha, nunca teve inverno.
Tinha pai, tinha mãe,
caderno e fada madrinha.
Vítor virou ladrão, Hugo salafrário.
Um roubava pro pão, o outro, pra reforçar o salário.
Um usava capuz, o outro, gravata.
Um roubava na luz, o outro, em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro, o outro, de negócio.
Um não tinha amigo: parceiro.
O outro, tinha sócio.
Retrato falado, Vítor tinha a cara na notícia,
enquanto Hugo fazia pose pra revista.
O da pólvora apodrece penitente,
o da caneta enriquece impunemente.
A um, só resta virar crente,

o outro, é candidato a presidente.
sergio vaz
* Do livro "Colecionador de pedras" Global Editora